Os Vereadores e Deputados Municipais do Partido Socialista de Ponta Delgada reuniram-se com a Comissária para a Ponta Delgada Capital Portuguesa da Cultura 2026 (PDL2026) e a sua equipa, numa sessão solicitada pela própria Comissária, para avaliar o ponto de situação e o cronograma do projeto.
Ficou claro que as condições criadas pelo anterior executivo camarário, liderado por Pedro Nascimento Cabral, atual presidente de Câmara Municipal, não foram as adequadas para o desenvolvimento sustentado da iniciativa. Atrasos na definição de competências e a demora na assinatura de protocolos essenciais resultaram na perda de quase dois anos decisivos.
A equipa técnica responsável pelo projeto só foi formalmente constituída no início deste ano. O protocolo de parceria, que define verbas e responsabilidades, foi assinado há apenas um mês, permanecendo indefinições importantes, como os processos de candidatura a financiamento.
Para o PS/PDL, os atrasos registados comprometeram a robustez e a preparação necessárias para um evento desta dimensão, tanto mais porque a distinção de Ponta Delgada como Capital Portuguesa da Cultura 2026 representa uma oportunidade única de projeção cultural, social e económica para o concelho e para a Região, devendo deixar um legado efetivo nas 24 freguesias e não ser tratada como um evento isolado, mas como um projeto estruturante e transformador.
Por outro lado, entende o PS/PDL que este projeto não substitui a política cultural municipal nem pode a autarquia de Ponta Delgada usá-lo como pretexto para se demitir das suas responsabilidades culturais.
A poucos meses do arranque de 2026, continua a verificar-se uma ausência de comunicação clara sobre a programação. Não existe calendário divulgado, nem mobilização visível dos agentes culturais ou da comunidade. Nesta fase, Ponta Delgada deveria já estar publicamente envolvida no processo, com estratégia definida e comunicação ativa, o que não se verifica devido em grande parte à falta de ação do executivo.
Os Vereadores e Deputados Municipais do PS continuarão a acompanhar a execução do projeto com rigor e sentido de missão, contribuindo para soluções e não para bloqueios, mas exigindo que a autarquia trate este desafio com seriedade e visão estratégica, reafirmando que não se pronunciam sobre escolhas artísticas ou curadoria, matérias próprias dos especialistas e do público, e concentrando a sua atenção na gestão, no modelo de governança e no impacto que o projeto deixará em todo o concelho.